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Carta de Maringá

Carta de Maringá

21 de abril de 2015
Experimentamos realidades profundas nestes quatro últimos dias. Verdade, paixão, discernimento, compaixão, convocação, amor… Fomos convidados a mergulhar no chamado de Deus para nós. Somos jovens e não estamos sozinhos!

Aprendemos que vocação não é simplesmente um conceito teológico; é uma experiência espiritual de descoberta e encontro com os mandatos de Deus para a humanidade e para a igreja. É a vocação de Deus que nos encontra, e não o contrário. A missão é de Deus, não nossa. A missão divina consiste em reconciliar com Cristo todas as coisas (2 Co 5.18-19).
Aprendemos, então, que Deus nos chama para assumirmos nossa responsabilidade diante de um mundo cada vez mais dinâmico, no entanto, vazio de propósitos. A juventude global perde-se no secularismo e no consumismo.
Ouvimos histórias de gente que reconheceu a voz de Deus e como isso fez grande diferença em sua caminhada pessoal, espiritual e social. Conhecemos ainda iniciativas conduzidas por jovens que expressam o amor divino em muitas dimensões, e assim fomos encorajados e inspirados ao engajamento na causa missionária.
Nós nos surpreendemos com os desafios brasileiros. Nos emocionamos com o recado dado pela igreja indígena: “nos ame”. Sim, esta é a comissão, e sempre foi: amar. Há muito o que fazer no panorama indígena no país: somente cinco das 342 etnias indígenas brasileiras possuem a Bíblia toda traduzida em sua própria língua; o alcoolismo degrada homens e mulheres; o direito à terra é desrespeitado; leis são elaboradas e prejudicam nações indígenas; e a falta de cidadania e cuidado de saúde encurtam seus horizontes.
Nós nos constrangemos com a nossa própria falta de iniciativa diante de problemas sociais tão graves, como: o homicídio de crianças e adolescentes, a “epidemia” das drogas, a desigualdade social, a corrupção e muitos descaminhos políticos que enfraquecem a democracia e tornam os jovens ainda mais vítimas, e até como se fossem os principais culpados pela criminalidade.
Também há desafios mundiais. São guerras, perseguições religiosas, pobreza e mais de dois bilhões de pessoas que precisam conhecer o amor de Deus. O que faremos? Neste momento, lamentamos e choramos pelos jovens trabalhadores cristãos que têm sido martirizados por sua fé em Jesus Cristo.
Contudo, também celebramos a presença de Deus em nosso meio e nos alegramos com o jeito criativo e atual com que podemos expressar esse bem. Somos gratos pela comunhão espontânea, sincera e prazerosa que experimentamos e que fortalece nossa fé.
Saímos do Vocare, talvez com mais perguntas do que respostas; mesmo assim, com convicções fundamentais. Deus nos chama, segundo a sua Palavra. Deus nos desafia a ouvir sua voz. Deus comissiona, sim, alguns de nós para chamados específicos. Cristo é o modelo central do envio missionário. Deus nos orienta a caminhar com ele até o fim.
Com temor no coração, mas também com a coragem que somente a fé em Cristo nos dá, queremos assumir os seguintes desafios concretos:
1. Buscar ouvir intensamente a voz de Deus para cada um de nós, mesmo que isso gere crises e desafios. As surpresas, as crises e as oportunidades farão parte desta busca. Que comece imediatamente! Que sejamos mesmo aqueles que “transtornam o mundo” (Atos 17.6)!
2. Lutar por uma igreja evangélica mais unida, contextualizada, compassiva e missionária. Precisamos de uma renovação tanto pessoal quanto comunitária. Não nos conformamos, por exemplo, com a perseguição religiosa (em especial, contra os cristãos) que está ganhando força no mundo. Também queremos responder aos desafios missionários da Igreja Brasileira, como: os ciganos, os indígenas, os ribeirinhos, os sertanejos, os quilombolas, os imigrantes e os surdos.
3. Servir à sociedade com amor sincero. Não queremos ser cristãos apáticos, indiferentes. Queremos mostrar nossa cara e enfrentar a injustiça de uma sociedade cética, violenta, individualista, materialista e que, por causa do consumismo, degrada a criação de Deus.
4. Trabalhar por uma democracia plena, que respeite o ser humano, como “imagem e semelhança de Deus” (Gn 1.26), e que não desrespeite o que sustenta nossa nação. Como sugestão prática e imediata, podemos participar da petição por uma Reforma Política que iniba a corrupção e aperfeiçoe as regras democráticas.
5. Nos juntarmos ao Vocare como um movimento vocacional contínuo que ajude cada jovem a buscar e encontrar sua própria vocação e o propósito de Deus, seguindo (sempre, sempre e sempre) os passos de Jesus Cristo.
Que o Deus que nos chama nos sustente até o fim!
Amém!

Participantes do Vocare 2015

#Vocare2015

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